Textos costurados- Boca, livro e espanador
Era um livro preto, velho e bem usado que estava na escrivaninha do quarto de Luisa. Sua mãe entrou mais uma vez no quarto dela e o viu, e, como todas as noites, fez a mesma pergunta: 'Que livro é esse Luisa!?'
A menina muito ingênua respondeu a mesma coisa que todas as noites anteriores: 'É apenas um
livro que eu achei no porão no ano anterior mamãe! Já lhe disse isso mil vezes!' A mãe, desapontada com a resposta da filha, se retirou do quarto e no instante em que ela fechou a porta, Luisa deu um salto de sua cama e pegou o
livro,
quando a menina foi sentar em sua cama novamente ela tropeçou em um
espanador e o
livro caiu de sua mão de modo que ficasse aberto no chão, quando Luisa se abaixou para pegá-lo estava escrito que sua mãe ia ser assassinada em poucos minutos, ela achou muito estranho mas não deu importância. Luisa deu uma grande bocejada e foi se deitar. Ouviu um barulho, e quando abriu sua
boca para falar, escutou sua mãe gritando da cozinha. Quando Luisa colocou o pé no chão para ir até a cozinha ela olhou para o
livro e alguma coisa estava sendo escrito sozinho, pegou-o na mão e leu: 'Você não acreditou, você que pediu.'
Texto Original:
17. BOCA - LIVRO – ESPANADOR
Precisava encontrar aquele livro, já havia revirado quase todas as bibliotecas da cidade e nada! Lembrei-me, então daquela que fora inaugurada há pouco tempo ao lado da favela considerada a mais violenta das redondezas. Não tinha escolha, o jeito era encarar esse detalhe e concluir a minha pesquisa, pois eu tinha data para entregar o trabalho da faculdade. Chegando lá, tive que procurar um espaço adequado, pois o local estava lotado e devido a isso seria difícil conseguir o silêncio tão necessário para a minha concentração. Entretanto não houve nenhuma colaboração por parte dos jovens e das crianças presentes que não fechavam a
BOCA por nada nesse mundo. E como se não bastasse o falatório e as risadas, eles retiravam cada
LIVRO que tocavam e deixavam em qualquer lugar. Lancei-lhes um “psiuuu!” com um olhar reprovador e isso bastou para que um deles viesse até mim fazer uma ameaça caso eu persistisse em criticá-los. Procurei alguém responsável daquele estabelecimento público para que tomasse as devidas providências e fiz a minha queixa. Tamanha foi a minha surpresa ao ver o segurança retirar o
ESPANADOR do armário e dizer alto e claro que iria enfiar aquele objeto na garganta do primeiro que falasse alto dentro da biblioteca. Fugi antes que sobrasse mais para mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário